“Eu preciso parar, mas não consigo.”
“Eu preciso parar, mas não quero.”
“Eu preciso parar, mas é tão difícil sozinho.”
Se alguma dessas frases já passou pela sua cabeça, você não está só. Elas abriram o último episódio do podcast Pé na Trilha, com Fábio Mota, co-fundador do Padrinho e alcoólico em recuperação, que sabe, na pele, o que é viver o impasse da ambivalência.
Esse termo pode parecer técnico, mas, na prática, significa estar dividido entre duas vontades opostas — e no caso do alcoolismo, isso costuma ser querer parar e, ao mesmo tempo, não querer.
O que é ambivalência?
Fábio explica:
“A ambivalência é um estágio emocional que ocorre quando há um conflito entre o desejo de parar, porque você reconhece os prejuízos, e o desejo de continuar, porque a substância ainda proporciona prazer — e porque há medo de encarar o que virá pela frente.”
No episódio, o co-fundador do Padrinho chama a atenção para algo essencial:
“Parar de beber não é o primeiro passo. Antes disso, é preciso resolver o que chamamos de ambivalências internas. É o passo zero.”
Ou seja: se você ainda não conseguiu parar, não significa que você fracassou. Significa que você está num estágio de preparação, de reflexão. Isso é parte do processo!
Como lidar com a ambivalência?
A boa notícia é que existe uma saída prática:
“Uma ferramenta terapêutica simples que pode ajudar a entender melhor essa relação com a bebida é a balança decisional.”
Pegue um papel e divida em duas colunas. Escreva de um lado as vantagens de continuar bebendo e do outro, as desvantagens. Ao visualizar esses pontos, você começa a perceber para onde sua balança está pendendo.
Esse exercício ajuda a tirar a confusão da cabeça e colocar no papel o que, muitas vezes, está nebuloso.
Você pode ouvir o episódio completo do Pé Na Trilha aqui:
Você não precisa decidir tudo agora
A ambivalência pode durar anos, mas, começar a se observar, com carinho e sem julgamentos, já é um grande avanço.
O Padrinho acredita que a recuperação não é sobre perfeição, e sim sobre progresso. Um passo de cada vez, mas nunca sozinho. Baixe o aplicativo do Padrinho e descubra um novo jeito de viver: trilha personalizada, suporte de inteligência artificial, lembretes diários, encontros online e uma comunidade que entende o que você está passando.
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A recuperação começa com um passo — mesmo que pequeno, mesmo que ainda cheio de dúvidas.