Você já sentiu aquele aperto no peito ao pensar: “por que só comigo?” ou “nada nunca dá certo para mim”? É como se o mundo estivesse contra você, e o peso de tudo parecesse ainda maior. A autopiedade tem esse poder: te convencer de que você é o protagonista de uma história injusta.

Mas, por mais cruel que pareça, a pergunta que precisamos fazer é: e agora?

O que vem depois do “por que comigo?” pode definir o caminho que escolhemos seguir.

Autopiedade: o ciclo silencioso que nos paralisa

A autopiedade não costuma gritar. Ela sussurra:

Quando você vê uma conquista de alguém e pensa: “ah, mas para essa pessoa é mais fácil...”

Quando algo dá errado e você se pergunta: “por que isso sempre acontece comigo?”

Ou quando a recuperação parece difícil e você conclui: “talvez eu não seja forte o suficiente”

Tá, mas o que autopiedade tem a ver com dependência?

A autopiedade, apesar de silenciosa, pode ser um dos gatilhos mais fortes para a dependência. Quando nos sentimos injustiçados ou impotentes, o álcool pode parecer a saída mais rápida para aliviar a dor.

No podcast Pé na Trilha, desta semana, Fábio Mota, co-fundador do Padrinho, destacou:

“A autopiedade é um gatilho muito grande para voltar a beber. Quando a gente acredita que algo foi injusto, o ressentimento aparece, e isso pode nos levar de volta ao copo.”

Esse ciclo é perigoso: primeiro vem o ressentimento, depois a autopiedade e, por fim, o medo de nunca conseguir mudar. O álcool, então, surge como uma tentativa de escapar dessa espiral.

Mas a boa notícia? Reconhecer esse ciclo já é o primeiro passo para quebrá-lo.

Autopiedade ou pedido de ajuda?

Frases como “ninguém nunca me ajuda” ou “ninguém se importa comigo” nem sempre são apenas desabafos. Às vezes, são pedidos de ajuda disfarçados.

Como disse Fábio Mota, no Pé Na Trilha desta semana:

“Eu hoje compreendo a autopiedade como uma dificuldade das pessoas de pedir ajuda. Quando alguém diz ‘ah, mas comigo é diferente’ ou ‘ninguém me entende’, muitas vezes isso é um jeito de dizer ‘eu não sei como lidar com isso sozinho’.”

🎧 Você pode escutar o episódio completo aqui.

E pedir ajuda não é fraqueza. Na verdade, admitir que você não sabe lidar com algo sozinho é um dos maiores sinais de força.

Pense nisso: você já tentou pedir ajuda ou está esperando que adivinhem?

Como sair desse ciclo?

A autopiedade pode parecer um buraco sem fim, mas existe uma escada – mesmo que você não a veja de imediato.

✅ Aceite o que sente, mas não fique preso nisso. Sentir dó de si não é o problema. O problema é acreditar que isso te define.

✅ Desafie seus pensamentos. Quando pensar “nada dá certo para mim”, questione: “isso é um fato ou só o que sinto agora?”

✅ Dê um passo, mesmo que pequeno. Mandar uma mensagem pedindo ajuda, escrever o que sente ou fazer algo por si. O primeiro passo não precisa ser gigante, só precisa existir.

Você não precisa caminhar sozinho

Autopiedade pode te prender, mas a ação te liberta. E você não precisa fazer isso sozinho.

No Padrinho, cada passo conta. Aqui, você encontra pessoas que entendem o que você sente, sem julgamentos, e que sabem que a recuperação não é perfeição, mas progresso.

Baixe o aplicativo do Padrinho e descubra que, mesmo nos dias mais difíceis, a gente segue junto.