Você já olhou no espelho e sentiu que não reconhecia quem estava ali?
No começo, pode ser sutil. Você ri de piadas que nem acha engraçadas. Se veste de um jeito que nem gosta tanto. Diz "sim" quando queria dizer "não". Até que um dia, percebe que não tem mais certeza de quem realmente é.
A dependência química faz isso. Ela não só altera hábitos e rotinas, mas também rouba algo essencial: a sua identidade.
Quando foi que eu me perdi?
A dependência chega devagar, ganhando espaço pouco a pouco, em cada descuido. Ela se infiltra nos detalhes: na cerveja para relaxar, na taça de vinho para socializar, na desculpa de “só hoje”. Aos poucos, o álcool deixa de ser um complemento e passa a ser um filtro entre você e o mundo.
E, sem perceber, você já não sabe mais se gosta de algo de verdade ou se precisa beber para gostar.
- Eu gosto dessa música ou só gosto porque ela me lembra noites de festa?
- Eu sou essa pessoa falante ou só falo tanto porque bebi?
- Eu aproveito esses momentos ou só estou aqui porque todo mundo está?
O álcool cria personagens, mas quem sobra no final?
Muitas pessoas descrevem a dependência como viver um personagem. Há quem se torne a mais engraçada da roda, quem vire o que nunca diz não, quem se torne a versão "destemida" de si mesmo.
Mas, depois da festa, do bar, da ressaca, quem sobra?
A dependência, no fundo, não é sobre beber. É sobre fuga. Fuga de inseguranças, de dores, de silêncios. O problema é que, quanto mais fugimos, mais nos distanciamos de nós mesmos.
Fizemos um post sobre isso no Instagram oficial do Padrinho:
+Dizer não é também um ato de amor-próprio (leia aqui)
A identidade na recuperação: se reencontrar é um processo
Se a dependência nos afasta de quem somos, a recuperação é um retorno. Mas esse caminho pode ser estranho no começo. Sem o álcool, pode parecer que falta algo. Afinal, se ele fazia parte de tantos momentos, como é estar ali sem ele?
- Como socializar sem beber?
- O que me diverte de verdade?
- Quem eu sou sem precisar de um personagem?
Essas perguntas não têm respostas instantâneas, mas a boa notícia é: se perguntar já é um sinal de recuperação e nós estamos aqui para te ajudar! O Fábio, co-fundador do Padrinho, falou exatamente sobre este tema no Pé Na Trilha desta semana:
+Esgotamento e álcool: como o burnout afeta mulheres (leia aqui)
E se você pudesse contar sua história?
Cada passo da recuperação é um pedaço da sua identidade se reconstruindo. Por isso, agora o Padrinho tem um espaço especial para que você registre sua trajetória, compartilhe seus desafios e celebre suas conquistas.
Sua história importa. E pode ser exatamente o que alguém precisa ler hoje.
O Padrinho acredita que a recuperação não é sobre perfeição, e sim sobre progresso. Um passo de cada vez, mas nunca sozinho.
Baixe o aplicativo e descubra um novo jeito de viver.